A apresentadora fez questão de conversar sobre o livro escrito pelo chef, que acumula 37 anos de carreira como cozinheiro, destacando o aspecto cultural da mandioca no Brasil e afirmando que é um dos livros que ela mais gostou de ler. Atala relembrou sua motivação para escrevê-lo e ressaltou a representatividade desse alimento.
“É entender que a mandioca já estava aqui antes de o Brasil ser chamado de Brasil. É um produto essencialmente brasileiro. Nos ensinaram muito sobre o Brasil pós-Portugal, mas não sobre o Brasil pré-Portugal. E esse Brasil, que tem a mandioca como espinha dorsal, atravessa todos os momentos da nossa história: colonização, desenvolvimento, industrialização e modernização”, disse.
“É o único ingrediente presente de fato em todo o território nacional, em todas as classes sociais, credos e diversidades. A mandioca conta a história do Brasil”.
O livro “Manihot Utilissima Pohl”, publicado pela Alaúde, possui 400 páginas e reúne relatos não apenas do chef, mas também de pesquisadores, historiadores, indigenistas, ilustradores, fotógrafos e outros chefs. Alex Atala também fez questão de mostrar duas imagens presentes no livro que considera bem representativas sobre a história da mandioca.
“Esse livro traz duas imagens que me falam muito. A primeira é uma pintura a óleo de mulheres trabalhando com mandioca no século 19. Em seguida, coloco uma foto de mulheres fazendo o mesmo trabalho, agora, na década de 2000, na Chapada Diamantina, na Bahia. É idêntico. Estamos falando de mais de 200 anos. Todas as belezas e todas as tristezas que a mandioca carrega se expressam nessas duas imagens. Elas revelam a profundidade que essa raiz possui. É a espinha dorsal da cozinha brasileira, a joia da nossa coroa”, comentou.
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